Um Mergulho Profundo Em Sua Essência Espiritual.

Tempo de leitura: 15 minutos

Universo do Espírito — A  Eterna Busca

Jupiter
crédito: NASA

Segredos Revelados Devem Ser Preservados

– Mãe Stella

Olá ! Tudo bem?

Meu nome é Kelton Kirtan, sou Educador Físico e Biomédico e um Yogui do espírito, um eterno buscador e viajante do Universo Espiritual.

O início da Jornada, ao som de muito rock’n’roll!

Gostaria muito de poder te conhecer e me fazer conhecer contando um pouco sobre minha jornada até aqui no Universo do Espírito.

16 anos, o ano era 1987, e o rock punk se fazia ouvir alto e em bom som, Sex Pistols tocava enquanto num movimento de frenesi eu soltava meu corpo como a tocar uma guitarra imaginária.

Cabelo moicano, roupa preta como farda diária e uma rebeldia revolucionária ao mesmo tempo que as ondas faziam minha cabeça percorrer os sete mares — minha religião era o surf.

Espiritualidade era apenas um tema para hippies e religiosos, eu era punkrock (na verdade eu achava que era)!

Punkrock agnóstico, Deus? Eu queria mesmo era pegar onda e malhar ao som de Bauhaus, Iron Maiden, ACDC, Ramones, The Clash…

Assim, eu entrei na faculdade pública para cursar Licenciatura em Educação Física, UFBA 1990, que ainda me faria, ser além de punk, um socialista — mesmo que eu não tivesse idéia do que era de fato ser um esquerdista — não que isso seja um problema, mas deixei de ser a muito tempo: punk e de esquerda —mas não rock!

Mas, voltando a minha jornada na espiritualidade, por causa do pai de uma namorada tinha ido a um centro espírita, logo numa sessão de desobsessão, aquilo não foi legal. Lugar escuro, murmúrios e gritos abafados me fizeram ter uma má impressão e fiquei com a ideia, que muitos ainda tem, de um centro espírita, que é um lugar de fantasmas sofredores. Isso foi em meados de 1992.

Alguns membros da minha família exibia alguns dons mediúnicos, na época uma excentricidade para mim. Aquilo firmou em mim a atitude punkrock.

Isso se deve as experiências que vivi até os meus 14 anos e me perturbavam, via e sentia coisas que não “tinham explicações” e se meus pais tivessem me levado a um psicólogo na época poderia quem sabe até ser tachado de esquizofrênico.

Depois dos 14 anos não tive mais aquelas experiências, pelo menos não daquele tipo.

Antes de virar punk, usar moicano e só me vestir de preto e perambular pelo centro da cidade nos finais de semana à noite, a buscar os lugares que tocavam esse tipo de música, eu tinha me decepcionado, de certa forma, com o catolicismo pois não me respondia à questões como a existência da reencarnação e a como entender a ressurreição, da existência dos espíritos num mundo paralelo ao nosso de uma forma lógica e racional, pois, apenas, pedia para acreditar em uma… crença.

Eu optei pelo Sex Pistols e pelo surf…

Bem, isso até assistir o filme O Pequeno Buddha, em 1993, eu com 22 anos…

Um encontro com um Pequeno Buddha

Little Buddha
Crédito: Google

Ali foi o ponto de virada, não sei explicar direito mas algo em mim mudou, um anseio pelo transcendental brotou de uma forma nunca antes sentida e vivenciada. Aquele filme me tocou de uma forma que aqui estou escrevendo uma sinopse de minha vida pela espiritualidade.

Minha atitude punkrock escondia um anseio mal compreendido e mal explicado por mim mesmo, e aquele vazio era encoberto com muito rock’n’roll…

A trilha sonora do filme me proporcionou uma experiência inédita até o momento — um choro emocionado por um sentimento que estava descobrindo naquele momento…que hoje chamo de bhakti-rasa (termo em sânscrito que designa o sabor do sentimento amoroso e devocional pelo transcendente, pelo Supremo).

Ali minha atitude punk socialista foi substituída pela atitude do buscador eterno que me acompanha até hoje.

Assim comprei livros sobre budismo, conheci pessoas que praticavam o budismo e comecei a praticar meditação.

Mergulho num movo mundo

Tibet
Crédito: Google – Tibet

Durante quase dois anos me sentia um quase budista. Pensava seriamente em ir para um mosteiro budista em São Paulo.

Mas aí minha saudosa vó Dindinha, numa noite, adentrou meu quarto com um livrinho fino, velho, todo amarelado (que tenho ate hoje) chamado Karma — a justiça infalível de Srila Prabhupada.

Ela me disse:

— Meu filho, a muito tempo recebi esse livro, nunca li pois não compreendo os termos, prefiro minha Bíblia, mas tome pra você que se interessa por essas coisas diferentes.

A capa trazia uma figura de uma pessoa portando uma marionete com três pessoas presas pelos fios e sendo controladas. Aquilo me chamou a atenção.

Depois de uns dias comecei a ler, parecia com o budismo mas falava de um tal Krishna e de um tal Bhagavad-gita.

Aquele Mantra que mudou tudo…de novo

Bhagavad-gita
Crétido: Bhaktivedanta Book Trust

Depois de ler, em apenas dois dias, comecei uma procura para comprar o tal Bhagavad-gita. Quando encontrei fiquei fascinado com a capa. Me identifiquei de pronto com a filosofia védica, pois a cada página, a cada verso minhas dúvidas eram sanadas, enquanto outras questões profundas vinham a minha mente.

Quando terminei o livro, maravilhado, queria de toda forma conhecer o movimento Hare Krishna — como ficou conhecido a filosofia Bhaktivedanta no ocidente — tecnicamente conhecida como filosofia Vaishnava.

Isso aconteceu em 1995, quando conheci um monge chamado Vrindavana Das, num shopping em Salvador, e ele me explicou um pouco da filosofia e da dinâmica do templo.

Comecei a freqüentar assiduamente o movimento HK participando de várias ações em prol da comunidade, a principal era a distribuição de alimentos lactovegetarianos, livros e Harinamas (cantos de mantras em público enquanto de movimenta pelo bairro escolhido).

Dois anos passaram e a vontade de entrar na vida monástica aumentava dia a dia. Passei um período de 06 meses no mosteiro Nova Vrajadhama em Caruaru cidade do interior de Pernambuco.

Tinha me decidido, já tinha até um guru que havia me identificado para poder receber iniciação.

Mas é incrível como a vida, o universo, o Supremo tem outros planos…

No ano de 1997 conheci um guru grihasta (monge preceptor casado — por esse simples motivo não tinha um “conceito” tal como os gurus sannyasis (monges preceptores renunciados).

Outro ponto de virada em minha vida espiritual.

Brainstorm…

Maharaja Rukmini Pati Prabhu surgiu como um trovão, pois o que dizia tirava qualquer um da zona de conforto, monge discípulo de Srila Prabhupada responsável, em companhia de outros monges líderes, pela abertura de templos no Brasil e América Latina, ele incomodava a muitos até deixar o movimento após décadas de dedicação e muitos livros escritos.

Além de psicólogo de formação ele é um excelente músico e um fenômeno na guitarra…

Ele provocou um verdadeiro terremoto em minha mente, ele me trouxe o amadurecimento e a criticidade que necessitava à minha vida.

Ele simplesmente me derrubou!

Naquele momento, em que muitos o criticavam eu consegui enxergar a Luz que carregava…

Em 1999 ele me iniciou (recebi a japa-mala e o nome de Krishna Kirtana Das – que significa: o servo de Deus que canta as glórias do Supremo Todo-Atrativo Absoluto) e alguns anos depois deixou o movimento HK.

Iniciação

Hoje ele continua músico, psicólogo e praticamente um Rabino judeu (sua família sempre pertenceu a tradição judaica). Aprendeu o hebraico e escreve livros sobre filosofia judaica.

Mas voltando a minha jornada…

Horizonte de Eventos — Novas Possibilidades

Fiquei no movimento até o ano de 2007 a partir daí comecei, de forma mais intensa, e isso continua até hoje, uma jornada espiritual no objetivo de perceber, sentir, conviver e aprender com outras manifestações culturais e espirituais como o Protestantismo, o Catolicismo, o Espiritismo, o Candomblé, a Umbanda, o Santo Daime e a Kabbalah Judaica de forma sempre respeitosa e amigável.

Na época que me interessei pelo Budismo, meu interesse pelo universo espiritualista também brotou, e paralelamente, eu tentava conhecer outras manifestações espiritualistas, mas em cada época uma era predominante.

Aprendi na faculdade, e, especificamente, na disciplina Cultura e Lazer, com o grande professor Romilson, que para estudar uma cultura devemos ir in loco para vivenciar e deixá-la falar por si, e não apenas ler sobre ela, ou ouvir ou ler sobre ela de outros que não fazem parte dela.

Aprendi muito com essa recomendação e orientação. É isso que eu faço desde que conheci o Budismo em 1993.

Fui conhecer de perto, durante alguns meses, e ainda faço visitas de tempos em tempos, e paralelamente através de leituras, a Umbanda através do centro de Umbanda Cabloco Taperoá, o Candomblé de Mãe (Ialorixá) Stella de Oxossi, e de Mãe (Ialorixá) Jaciara Ribeiro.

Frequento os Centros Espíritas Lar Harmonia (presidido por Adenauer Novaes) e o Cidade da Luz (presidido por Jose Medrado).

Já assisti várias missas em diversas igrejas Católicas de Salvador, assim como cultos em igrejas Batistas.

Fui apresentado ao Santo Daime e à bebida Ayahuasca por um amigo-irmão Josemar Madiba Moisés que na época fazia parte da congregação sediada em Minas Gerais. Na época, em 2001, tive a oportunidade de vivenciar por três vezes a experiência do Daime.

Em 2003 conheci a filosofia vedanta de Paramahamsa Yogananda onde cheguei a frenquentar por alguns meses o templo da Self-Realization Fellowship aqui em Salvador e obtive muitos livros dele e o estudo até hoje.

Por causa dessa busca espiritual acabei formando um grande acervo de livros clássicos e em geral de algumas culturas espirituais, de livros de cunho científico de algumas áreas que aprecio, além, claro, das minhas — Biomedicina e Educação Física.

E, além desses, muitos livros sobre filosofia política fazem parte do meu acervo.

Quando saí do movimento HK, nessa busca mais intensa por outras manifestações, finquei uma base no Espiritismo por sua linguagem mais ocidentalizada, científica e filosófica o que me possibilitou um melhor entendimento das outras culturas.

Nessa época não havia ainda passado por um verdadeiro teste de vida, estava prosperando, em um relacionamento estável, trabalhando com o que tinha escolhido…até…

A Queda e a Renovação

Credito: google

Em 2010 após uma difícil perda pessoal me senti totalmente vulnerável, abalado mesmo em minha …caí com tudo…e fui pro fundo do poço…o incrível é que o fundo não tem fundo, pode-se descer cada vez mais e mais.

Quando estava já num limite de um horizonte quase sem volta, a espiritualidade veio e me proporcionou forças para me reerguer.

O engraçado disso tudo é que você volta não só renovado, mas como numa ressurreição, um novo ser e aquela dor se transforma em bagagem de maturidade e experiência de vida — isso graças a espiritualidade, pois meu coração poderia ter ficado endurecido, rancoroso e ter me transformado, assim, numa pessoa que perdia a chance de uma transformação positiva.

Arquivo pessoal – Meditação no vale do Pati.

E isso não significa que os desafios não virão, virão, mas estaremos com mais força, sabedoria e experiência para enfrentá-los e superá-los.

Amigos Guardiões do Livre Pensar

Em 2013 conheci e me tornei membro do Colegiado de Guardiões da Humanidade que tem uma proposta de formar livres pensadores e de agir em prol da sociedade através de ações diversificadas.

Também faço parte, como estudante, do Kabbalah Centre Brasil onde estudo Kabbalah com professores judeus Sefaradis. Poder conhecer pessoas tão especiais, alegres e que se fazem presentes e interessadas em seu progresso é muito estimulante e gratificante.

O C.G.H. nasceu dentro do Espiritismo mas é independente da doutrina espírita. Fundada por Robson Pinheiro hoje está presente em 15 países com encontros mundiais acontecendo desde 2017.

No Colegiado é incentivado o estudo em diferentes assuntos: espiritualidade (geral e específica), mediunidade, política, filosofia, ciência (geral e específica) e atualidades tudo de acordo a vocação, interesse e afinidade de cada um.

Crédito: Google

Compartilhar – LUZ

Somos agentes de transformação no mundo a partir da nossa própria transformação pessoal no sentido de nos melhorarmos como seres humanos, despertando, adquirindo, potencializando e manifestando capacidades e habilidades em prol de si mesmo, da família, do grupo, da sociedade e do planeta como um todo, sem doutrinação, sem esquizoterise, sem mistificação, sem mitificação e sem ser espirotélico.

Desejando e sendo uma pessoa melhor a cada dia, compartilhando mais Luz, enquanto toma consciência de sua própria sombra, a fim de transformá-la com maturidade e responsabilidade.

Ser melhor não necessariamente significa ser bom (pois esse é um conceito relativo a muitos referenciais diferentes), significa antes de tudo estar mais próximo de sua própria essência espiritual — somos o espírito imortal, assim como situar-se próximos da Luz Infinita do Criador — Deus.

Resumindo, é proporcionar o melhor para que sua essência espiritual se manifeste gerando bem estar e progresso (evolução, prosperidade e abundância) para si mesmo e para o próximo.

Utilizando sempre o bom senso e a base da mensagem e do comportamento do Cristo como referência arquetípica para nós humanos.

Através dessa busca pela Luz Infinita do Criador conheci muitas pessoas extraordinárias além estar me conhecendo cada vez mais e melhor.

A jornada é eternamente gratificante.

Um ponto importante que eu quero deixar bem claro é que aqui vou escrever sobre minhas experiências na espiritualidade, nas culturas citadas e vivenciadas, dos encontros e reflexões levantados, dos desafios vividos, portanto não é apenas baseado em leituras de livros, mas também da vivência maior ou menor com essas culturas e isso significa participar das manifestações, sentir as fragrâncias, os sabores, a proximidade das pessoas, viver aquele momento com o máximo de entrega no sentido de aprender e apreender o que de melhor é oferecido. Escutar a cultura falar de si mesma, sentir seu toque no espírito.

Claro, mesmo assim é apenas minhas impressões, mas assim o é com todos.

Crédito: Google

Quando participava de grupos de pesquisa no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz — FIOCRUZ-BA o que aprendi de muito valioso na ciência é que para verificar ou abordar um tema de estudo é preciso estar envolvido nele, é preciso tempo para coletar dados, informações e estudos, realizar experiências e observações, participar de discussões, ouvir as críticas, produzir resultados e publicá-los.

Como disse antes, sobre o aprendizado na disciplina Cultura e Lazer (no curso de Edc. Física), o mesmo se dá aqui nesse exemplo apreendido como Biomédico.

Concluindo a ópera, posso dizer que hoje me sinto mais seguro, mais esclarecido (isso não é ser mais evoluído!) e mais confiante. Não sou tolo pra dizer ou me sentir superior ou inferior a alguém, sou consciente de minhas sombras e Luz, de minhas limitações humanas e de meus potenciais espirituais.

Estou consciente de que estou no caminho, muito já trilhei — ao longo das vidas, mas muito, muito ainda há de ser trilhado!

Bem, adoro viajar!

Acervo pessoal – Farol de Itapuã

Toda essa bagagem e vivências me possibilitaram uma melhor compreensão, crescente, daquele que sempre foi para mim um Ser que me impressionava e me constrangia pelo seu comportamento luminoso — Jesus de Nazaré, ou o Cristo Cósmico.

Ele me fez percorrer, e ainda me faz, vários caminhos em vários cenários para contemplar a maravilhosa obra Divina do Criador em seus mais diversos matizes.

Grato por tudo e por mais um dia eu sou Kelton Kirtan e quero com você percorrer os caminhos da vida!

Muita Paz, Amor, Justiça e Atitude!

OM Tat Sat Amém Jesus!

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